Resenha: JBox
Depois de muito tempo longe das bancas brasileiras o mangá Ranma 1/2 está de volta. O título foi publicado pela primeira vez por aqui pela Animanga em meados de 1998 e na época não foi muito bem nas vendas, acabando por ser cancelado depois de alcançar o volume 6 do original.
O mangá era editado em formato americano (tipo “comic book”), com as páginas espelhadas e cada edição tinha aproximadamente dois capítulos (o que dava mais ou menos umas 50 páginas). Agora, alguns anos depois, a JBC decidiu investir no título, tendo sido pré-lançado na XIV Bienal do Livro do Rio...
Ranma 1/2 foi publicado de 1987 a 1997 na revista Shounen Sunday da editora Shogakukan. A autoria é da famosíssima Rumiko Takahashi, criadora de Inu-Yasha, também lançado no Brasil pela JBC. Na verdade Ranma foi a obra que lhe deu fama internacional, também sendo lidenciada nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Espanha, dentre muitos outros países.
Ranma é um rapaz de 16 anos que desde criança treina artes marciais com seu pai. Em um desses treinos na China, ambos acabam caindo em fontes amaldiçoadas. Por causa disso, quando são molhados com água fria seu pai se transforma em um panda e Ranma em uma garota. Enquanto que a água quente desfaz o processo. Essa maldição torna-se um incoveniente, já que Ranma tem que ser cuidadoso e proteger seu segredo, mas as chuvas, os rios, o mar, as mangueiras e piscinas não colaboram.
Como se não bastasse a maldição, Ranma se vê envolvido em um noivado com Akane, uma garota-macho muito forte. Aparentemente os dois não se dão muito bem e passam todos os 38 volumes se metendo em confusão, brigando e se espancando. Conforme rola a história, diversos outros personagens vão aparecendo, normalmente rivais (no amor ou na luta), novas paixões, cobradores e ladrões.
O objetivo desse mangá é a risada pois é pura comédia, ao contrário de Inu Yasha que era focado no romance e ação. Além da comédia romântica e de artes marciais, rola alguns mistérios e muita ação. Após ler o primeiro volume, o leitor pode pegar qualquer outro que praticamente não vai se sentir deslocado. Isso porque a obra é dividida em várias pequenas histórias, e é quase uma regra que elas comecem meio misteriosas e terminem sendo algo totalmente sem noção nenhuma. Essas pequenas tramas são meio que fechadas e raramente são retomadas.
O mangá será mensal, em tamanho tankoubon (13,5 x 20,5 cm) com aproximadamente 200 páginas. Serão ao todo 38 longos volumes, cada um a R$ 10,90. O padrão usado foi o mesmo de sempre, páginas estilo jornal, contando com várias fontes. A edição está boa, apenas um erro de reconstrução numa capa de capítulo e algumas legendas podiam ser melhor posicionadas, seguindo a original e não obstruindo tanto a imagem. A capa do primeiro volume é a mesma utilizada pela editora americana VIZ.
Além do mangá, Ranma 1/2 rendeu filmes, anime, OVAs e “visual books”. No Brasil a série animada foi exibida no Cartoon Network dentro do extinto Bloco Toonami em 2006-2007. Na tv “aberta” passou na PlayTV quando o canal ocupava parte da grade da Rede 21 (hoje alugada para a Igreja Mundia do Poder de Deus – que cura até Aids! É sério!). Teve ao todo 161 episódios. Curiosamente, bem antes do mangá se tornar conhecido por aqui os personagens já eram bastante populares, graças ao inúmeros jogos de luta lançados para os videogames da geração 16 bits – principalmente.
Devido à enorme popularidade entre os otakus, Ranma 1/2 deverá se tornar um dos hits da JBC. Apesar de serem 38 volumes, isso não deve assustar os leitores, pois é um daqueles títulos onde sempre há um ‘quero mais’ ao final de cada edição.
Título: Ranma 1/2
Editora: JBC
Autora: Rumiko Takahashi
Formato: 13,5 x 20,5 cm, Tankoubon
Preço: R$ 10,90
Outro título da autora publicado no Brasil: Inu Yasha
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